Paixão - Poema de Oriza
As cores de meus amores...
Meu ser é um colibri,
Agora aqui, depois ali,
Beijando, sugando flores...
A vida - mágica estrada,
Totalmente ladeada
Por sensações multicores.
Sentimento em cores alvas
Tem a doçura das malvas,
Da pluma, a suavidade...
Reflete céu em bonança
Verde-água da esperança,
Azul-sonho em claridade...
Sentimento em fortes tons,
Escuros, plúmbeos, marrons,
É mesmo um caso sério...
Vai me envolvendo em magias,
Imergindo em fantasias,
Labirintos de mistério...
Um sentir desesperado
Tem o amarelo dourado
Das cadentes outonais...
É fruto da ansiedade,
Mas vale a pena - em verdade,
Compensa todos meus ais...
Os sentimentos ardentes
Remontam às cores quentes,
Rubras, vermelhas, carmim...
Lembram lavas em torrentes,
Desejos incandescentes
Que explodem dentro de mim...
São modos mil de querer,
Prazeres de enlouquecer,
Inocentes, vãos, fatais...
Cada qual com seus olores,
Tantas delícias, sabores,
Que nem sei qual quero mais...
Mas, se vivemos pra amar,
Doidos mares navegar,
Ao sabor das emoções,
Vou meu destino seguindo,
Lindamente usufruindo
Um arco-íris de paixões!...
Oriza Martins
--------------------------------------------
Para enviar, clique no envelope, à direita
Índice das mensagens e poemas
--------------------------------------------------
Portal das Mensagens
Cultura Livre: poesias, mensagens, recadinhos sensuais
O amor é um sentimento
O Amor é um sentimento...
O amor é um sentimento
De um amargo adocicar,
Pra minh’alma é um alento,
Faz meu peito se estufar.
Faz meu peito se estufar
Essa coisa misteriosa
Que se chama verbo amar,
Uma dor que é saborosa...
Uma dor que é saborosa:
O amor mata a solidão,
Tem o perfume da rosa
E o sabor da emoção...
O sabor da emoção
Não esqueço junca mais
Pois aquece o coração
E silencia meus ais...
Silencia os meus ais
Faz as dores esquecer,
Quero, do amor, sempre mais,
Quero amar até morrer!
Oriza Martins
ჱﻶﻉჱﻶﻉჱﻶﻉჱﻶﻉჱჱﻶﻉჱﻶﻉჱ
Para enviar a mensagem, clique no envelope abaixo
Sonhos...

Quantos sonhos encontram
A realidade de uma tempestade,
Mas a afrontam
E a enfrentam com autoridade
Até que chegue a calmaria...
Quantos de nós perdemos a alegria
Ao menor sinal de tempo feio
Acovardando-se na revolta,
Culpando apenas o alheio,
Privando-se do bem como escolta?
Onde estão os corajosos?
Que fazem os poderosos?
Coragem é aceitar toda dor,
Poder é dar o próprio amor...
E os sonhos ditos no início,
Onde esperam cumprir a história?
No fundo de um precipício?
Num cantinho da memória?
Os sonhos são expressões
Da palavra conquista,
Por isso, nunca, jamais desista...
Sandro La Luna
ﺅﺊﺋ ჱﺅﺊ
ჱﻶﻉჱﻶﻉჱﻶﻉჱﻶﻉჱჱﻶﻉჱﻶﻉჱ
Para enviar a mensagem, clique no envelope abaixo
Ângela adônica
Hoje deitei-me junto a uma jovem pura
como se na margem de um oceano branco,
como se no centro de uma ardente estrela
de lento espaço.
Do seu olhar largamente verde
a luz caía como uma água seca,
em transparentes e profundos círculos
de fresca força.
Seu peito como um fogo de duas chamas
ardía em duas regiões levantado,
e num duplo rio chegava a seus pés,
grandes e claros.
Um clima de ouro madrugava apenas
as diurnas longitudes do seu corpo
enchendo-o de frutas extendidas
e oculto fogo.
Pablo Neruda
........................................................
O teu riso
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera , amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
ჱﻶﻉჱﻶﻉჱﻶﻉჱﻶﻉჱჱﻶﻉჱﻶﻉჱ
Para enviar a mensagem, clique no envelope abaixo
......................Índice dos Poemas e Mensagens
Página inicial
Olhos Tristes (Oriza Martins)
Olhos tristes...
Oriza Martins
Dizem que o meu semblante
Traz a tristeza no olhar,
É como tarde nublada,
É como praia sem mar...
Olhos tristes como o vento
Que aos poucos vem chegando,
Soprando um doce lamento,
Nostalgia espalhando...
Tristes como a avezinha
Que seus ovinhos perdeu
Por não conseguir salvá-los
Com as asas que Deus lhe deu...
Tristes como o saudosista
No tempo estacionado;
Não curte a vida presente,
Vive atrelado ao passado...
Tristes como a pobre alma
Que se sente abandonada,
Emaranhada nos erros
De uma vida desregrada.
***
Dizem: teus olhos são tristes...
Se o são, já sei por quê:
Eles refletem tristeza
Por eu estar sem você...
Minha Busca (Oriza Martins)

Busco a canção perdida no tempo,
O apelo galante do trovador,
Inspiração para minha lira,
Serena fonte que em mim transpira
Paz e ternura, fé e louvor...
Busco o céu, busco o luar,
As andorinhas do arrebol,
As florezinhas da primavera,
As esperanças da nova era,
O lusco-fusco do pôr-do-sol...
Busco o sorriso dos venturosos,
A apatia dos mal-amados,
O canto triste dos perdedores,
A alegria dos sonhadores,
Busco o desejo dos namorados...
Busco a ilusão, busco a bonança,
Busco a paixão, a fantasia,
O misticismo que d’alma jorra,
O despeitado que vai à forra,
Busco a mensagem da poesia...
Se tanto busco e busco tanto,
Tanto procuro, bem sei por quê...
Em cada verso, em cada trova,
A minha busca é minha prova:
Busco o amor... busco você!...
Oriza Martins
Jul/2007
Madrugada... (Oriza Martins)

Horas silentes...
A cidade adormecida
Descansa de outro dia,
Extenuante, mas palpitante de vida;
De amares, de amores,
Esperanças, frustrações...
Leitos aquecem corpos que se desejam,
Raios de luar nas ondas do mar despejam
Purpurinas espumantes,
Ecos-suspiros de amantes...
E de veladas canções...
Soluça o vento, ao bailar dos arvoredos,
Geme baixinho, sussurrando os segredos
Que emanam, murmurantes,
De sequiosos corações...
E no meu peito, meus mais secretos desejos,
Buscam do luar os flutuantes lampejos:
Participar também querem
Do festival de emoções...
És, madrugada, companheira solidária,
Dos meus anseios, a total depositária,
Dos devaneios, a cúmplice mais leal...
E, quando o sol esparrama no horizonte
Os fulgores de sua flamejante fonte,
Voltam os ritos do nosso mundo real...
Mas permaneço na minha credulidade
Que essa magia ainda será verdade...
E em breve adeus,
Num aceno de bonança,
A madrugada se vai,
Resguardando a esperança
Que nela eu sempre ponho!
É alvorada no tempo,
É despertar do meu sonho...
Oriza Martins
Jul/2007
Fim de Caso (Oriza Martins)

Tudo acabou.
Como tudo nesta vida,
A esperança – perdida;
Os desejos – sufocados;
Beijos secaram,
Palavras emudeceram,
E os sentimentos, enfim,
Quedaram... estilhaçados...
Onde ficaram os olhares desejosos,
Que trocávamos, ansiosos,
Em meio à multidão?
Mudas promessas,
Em suspiros, em sorrisos,
Cantinhos de paraísos
Que vivíamos, então?
Cadê meus sonhos,
Onde estão nossos momentos,
Esvaziei pensamentos,
Não vislumbro mais teu ser...
Como é possível tanto amor,
Tanta paixão,
Tanto desejo e emoção
Acabar, desvanecer?
Eu seguirei, seguirás,
Na estrada da saudade,
Nossos laços refazendo
Através da amizade.
Mas é difícil esquecer
Pra vida inteira
Quão profunda e verdadeira
Foi nossa cumplicidade!...
Oriza Martins
Jul/2007
Plantador de Amizades
Plantador de Amizades
Gilmar Leite
Os amigos plantados no meu peito
não são folhas levadas pelo ventos;
são raízes que vêm do sentimento
onde o tronco jamais será desfeito
.
No jardim dos sentidos não aceito
a amizade que é feita de momento;
não demora cair no esquecimento
pra murchar num roçado imperfeito
.
quando planto meu abraço fraterno,
faço o grão do afeto ser eterno
pra vingar um roçado de amizades
.
cada amigo que vinga no meu peito
foi plantado num solo sem defeito
com adubos de mil sinceridades.
......................
Carta para Longe...
Esperança (Mário Quintana)

Mário Quintana
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
O Amor (Fernando Pessoa)
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Cai Chuva do Céu Cinzento (Fernando Pessoa)

Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.
Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.
Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
(Porque Verlaine consente)
Dentro do meu coração.
- Fernando Pessoa ................. Índice dos Poemas e Mensagens Página inicial
Eu amo tudo o que foi (Fernando Pessoa)

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

.................
Índice dos Poemas e Mensagens
Página inicial
As Sem-razões do Amor (Drummond)
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
<><><><><><><>
Exaltação do Amor (JG-Araujo Jorge)
Sofro, bem sei... Mas se preciso for
sofrer mais, mal maior, extraordinário,
sofrerei tudo o quanto necessário
para a estrela alcançar... colher a flor...
Que seja imenso o sofrimento, e vário!
Que eu tenha que lutar com força e ardor!
Como um louco talvez, ou um visionário
hei de alcançar o amor... com o meu Amor!
Nada me impedirá que seja meu
se é fogo que em meu peito se acendeu
e lavra, e cresce, e me consome o Ser...
Deus o pôs... Ninguém mais há de dispor!
Se esse amor não puder ser meu viver
há de ser meu para eu morrer de Amor!
(Poema de JG de Araujo Jorge)
<><><><><><><><><>
Para enviar esta mensagem, clique no envelope.